A
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
começa nesta quarta-feira, 13, no Rio de Janeiro, com o Brasil sem grandes
expectativas de avanços em relação à Eco-92. Até ontem, havia confirmação da
participação de representantes de 186 dos 193 países-membros da ONU – a
secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, representará o presidente Barack
Obama.
Em uma
entrevista sem muito entusiasmo, os ministros Antonio Patriota (Relações
Exteriores) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmaram no Riocentro, sede do
evento, que o País chega à última etapa de negociações antes da cúpula dos
chefes de Estado (que ocorre na semana que vem) com a posição de fortalecer as
conquistas dos últimos anos e não retroceder em pontos conquistados na Rio-92.
Em
especial, exemplificou Patriota, ter o ser humano como o centro das atenções e
manter o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Ou seja,
todos têm compromisso com as mudanças, mas os ricos têm mais, porque
historicamente contribuíram mais com a degradação do planeta.
"Há
20 anos a crise econômica afetava os países em desenvolvimento. Agora os países
que estavam na periferia trazem as respostas para a crise. A periferia virou o
centro", disse Patriota em coletiva à imprensa.
Mais
cedo, Izabella havia comparado o impasse atual nas negociações com o que
ocorreu no ano passado durante a conferência do clima (COP-17), em Durban,
África do Sul. "Fomos para Durban e todos diziam que não ia dar em nada,
mas conseguimos reverter à situação", lembrou a ministra. Em dezembro
último, representantes de 194 países concordaram, após exaustivas negociações
concluídas no fim da conferência, em renovar o Protocolo de Kyoto para, pelo
menos, até 2017.
Consenso.
A ONU já dá como certo que as negociações não se encerram ao longo desses três
dias de reunião preparatória e continuarão até a reunião dos chefes de Estado,
no final da semana que vem. Por enquanto há consenso em relação a menos de um
quarto dos parágrafos do documento.
Sobre a
divergência entre países ricos e pobres, um representante da ONU disse que hoje
não dá mais para falar em polarização Norte-Sul nos mesmos termos que se falava
na ECO-92.
"Quando
se fala de Brasil, sexta economia do mundo, de China, de Índia, em que
categoria eles se colocam como pobres? Claro que existe muita pobreza ainda. E
há um medo dos países em desenvolvimento de serem forçados a tomar atitudes
imediatas que possam prejudicar o desenvolvimento deles. É mais complicado que
Norte x Sul. O mundo está muito diferente."
Os
principais impasses continuam em torno do fortalecimento do programa das Nações
Unidas para o Ambiente (Pnuma) e sobre os temas dos objetivos do
desenvolvimento sustentável. Uma das principais apostas da Rio+20 é que a
conferência possa definir áreas prioritárias para os países avançarem, como uma
segunda etapa dos objetivos do milênio. Mas até a última reunião preparatória,
no início do mês, em Nova York, não havia consenso nem mesmo sobre quantos
deveriam ser esses temas.
Discursos.
Já se inscreveram para fazer discursos durante a cúpula 76 presidentes, 6
vices, 44 primeiros-ministros e 7 vice-primeiros-ministros.
Programação
Desafio
Rio/Clima
Acadêmicos,
parlamentares e ambientalistas vão preparar propostas com alternativas para
evitar o aquecimento global e elaborar recomendações que serão encaminhadas
para os chefes de Estado reunidos na cúpula.
Local:
Sede da Firjan e Forte de Copacabana
Encontro
preparatório
Último de
uma série de três encontros realizados ao longo do ano para aperfeiçoar o
rascunho zero do documento final. Devem sair amarrados os principais temas que
vão constar do documento final.
Local:
Riocentro
Abertura
oficial dos debates
Cerimônia
indígena do fogo sagrado ocorrerá às 18 horas.
Local:
Aldeia Kari-Oca
Fórum de
Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável.
Local:
PUC
Fonte: Matéria publicada no site MSN por
Felipe
Werneck, Giovana Girardi e Bruno Deiro, do Rio, estadao.com.br, Atualizado:
13/06/2012 05:00
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